Uma homenagem à mulher-mãe!

"E num dia de bendita magia, numa explosão de luz e flor, num parto sadio e sem dor, é capaz, bem capaz, que uma mulher da minha terra consiga parir a paz. Benditas mulheres." Rose Busko

Baby-led Weaning


Para muitas mães, o momento de começar a introdução alimentar é também a hora de preparar papinhas.Tradicionalmente, são batidas com vários legumes e ficam em consistência cremosa para serem dadas aos bebês. No entanto, nos Estados Unidos, Europa e agora começando aqui no Brasil, muitas famílias vêm aposentando o liquidificador e apostando na alimentação "self service" para bebês. Elas aderiram ao BLW, Baby Led Weaning, ou em tradução livre, O Desmame que o bebê lidera. O termo foi criado pela consultora em saúde Gil Rapley e a técnica vem ganhando adeptos no mundo inteiro. 

O método é bem simples, significa, basicamente, colocar o bebê à mesa junto com a família na hora das refeições e deixar que ele pegue, com suas próprias mãozinhas, pedaços de alimentos. Ele prova. Se gostar, come, se não gostar, não come. Os especialistas explicam que a partir dos seis meses a criança já está apta a comer pedaços (e não apenas papas) e não corre mais o risco de engasgar. O período coincide com o recomendado pela Organização Mundial da Saúde para o início da introdução alimentar, ao término do aleitamento materno exclusivo. 

Elenira Peixoto da Silva, atriz, 33 anos, testou os dois métodos com as filhas Dora, de 3 anos, e Maria, de 10 meses, e conta sua experiência: "com Dora me dediquei muito às papinhas, usava peneira e amassava, tinha grande expectativa e ficava frustrada quando ela não comia. Já com a Maria, tudo rolou naturalmente. Já tinha ouvido falar em BLW e resolvi experimentar. Adoramos. Ela come o que a família come, a partir do interesse dela, e tem sido ótimo". 

O bebê não engasga? 

O grande medo quando se fala em deixar o bebê comer pedaços grandes é o de engasgar. Por isso, os especialistas em BLW enfatizam que o bebê jamais deve ser deixado sozinho quando se alimenta, que todo o processo deve ser sempre supervisionado por adultos. Se o bebê demonstrar que vai engasgar, o adulto pode ajudá-lo. No entanto, os especialistas garantem que o bebê passa a entender o mecanismo do engasgo e começa a evitar que aconteça, partindo o alimento em pequenos pedaços na boca ou amolecendo-o, antes de engolir. 

Muitas mães ficam surpresas ao saberem que o que elas já faziam – deixar o bebê provar, segurar e se virar sozinho com o alimento – tem nome. É o caso de Fúlvia Andrade, mãe de Laura, 7 meses e Letícia, 5 anos. "vou dando os pedaços para a caçula mastigar com a gengiva. Tudo ficou mais prático assim, mas confesso que não sabia que era um método". 

Patrícia Hernandez, 33 anos, bióloga, também liberou pedaços para Davi, hoje com dois anos, e aprova: "o bebê faz parte da família, então é ótimo tê-lo junto com a gente, à mesa, olhando como fazemos e aprendendo". Elenira ressalta uma outra grande vantagem de alimentar sem papinhas: as saídas para o restaurante. "Até em pizzaria posso alimentar minha bebê, sempre há pedaços para ela e legumes encontramos em qualquer lugar". Pelo jeito, neste método, a única regra é relaxar!

Entenda como é o método BLW – Desmame que o Bebê Lidera
  1. Esqueça purês, papinhas, processadores. A comida deve ser a da família.
  2. Deixar a criança com seis meses completos se alimentar sozinha.
  3. Colocar a criança no cadeirão e não usar potes ou colheres, apenas pedaços de alimento colocados diretamente na bandeja, de tamanhos que o bebê consiga segurar.
  4. Observar como o bebê demonstra interesse por alguns alimentos que estão à mesa durante a refeição da família e oferecê-los em pedaços.
  5. Deixar a criança se sujar à vontade. Uma dica é forrar o chão no entorno, antes de começar.
  6. Jamais colocar o alimento na boca do bebê. Coloque em sua mão e deixe que ele conduza o processo, em seu próprio ritmo.
  7. Muitos pais sugerem começar com cenoura, pepino ou manga, que são fáceis de segurar e cujo gosto costuma agradar aos paladares dos pequenos. Mas tudo, absolutamente tudo, está liberado.
  8. Use o tempero normal da família, evitando apenas os mais picantes.
  9. Não se preocupe em controlar a quantidade. O bebê vai comer exatamente o quanto precisa. Nem mais, nem menos.
  10. Além do paladar, o método oferece a experiência sensorial – sentir o cheiro, segurar, testar, o que faz com que comer torne-se mais prazeroso para o bebê. Por isso, mesmo que ele não coma tudo que for oferecido, deixe que sinta os alimentos.

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